Quarta-feira, 23 de Julho de 2008

Ler, Mãe

 

Ler aos seis
Era prazer já
Ler às seis
 Madrugadas frias
Escorregar devagar o corpo
Alma inebriada, quente
Das seis às sete
Corpo frio, luz difusa, calada
Assento duro, escuro
Alma arrebatada, alada
 Vidas, histórias lidas
Acantonada a uma janela
Com o sol dolente a inundar
Luar
Sol
Eu saber
Eu sentir
Dor, Amor
Só, acantonada
Tão acompanhada
Ler era o meu estudo
Ler era o meu escudo
Ler aos onze, doze
Ler aos treze, catorze
Ler, puro prazer
Sem cansaço, sem conforto
Sem tédio, sem tristeza
A beleza das palavras
Juntinhas pelas linhas
Palavras agarradas pelas ideias
Serpenteando pelas teias
Aranhadas, emaranhadas
Difusas confusas
Difíceis tácteis
Palavras mágicas, musicais
Palavras sensuais
Eu, de Alma vibrante
Esplendorosa, triunfante
Como o Sol a vencer a Lua
Ia vencer o dia
Não haveria nada
Que ensombrasse essa Alegria
Ler é meu
Ler é teu, tão teu, Mãe
Ler és tu e eu
Ler sou eu.
 
 
Publicado por Isabel Sá Lopes às 17:14

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