O vento atira-se às janelas
As árvores estremecem, tremem
Abanam sem parar
Lançar sombras fantasmagóricas
Alteram a aparência do lugar
O vento sopra, uiva, extenuado
Lança-se contra a pele, infeliz, arrepiado
As folhas balançam, desiquilibram-se
Tentam agarrar-se, viver
São arrancadas cerce, vão morrer
Tapetes castanhos, amarelo-avermelhados
Enchem as ruas, os jardins, as matas
Os pés levantam, arrastam
Esse manto belo, morto
E de súbito uma rajada
Estilhaça, espalha pelo ar
A dançar, a dançar
Folhas desenhadas com arte
Folhas enroladas por dedos mágicos
Côr e mais côr a rodopiar
A pena de não ter uma máquina
Para as agarrar e fixar
Pelas frinchas infiltra-se forte o frio
Nas nuvens negras a água pesa já
Em pouco tempo vai desabar
A Terra sedenta vai consolar
MAS A MIM NÃO
Faz-me falta o calor, a LUZ
A Festa do VERÃO.
Isabel Sá Lopes
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